30 janeiro 2010

Da Lipo às Pirações

Antes de começar a escrever este texto refleti muito em como ele poderia chegar às mentes de algumas pessoas, principalmente às das mulheres, como todo assunto relacionado à beleza a mente feminina é empolgantemente indecifrável pois, ainda que estejam indiscutivelmente lindas elas encontram espaço para criticar um ponto ou outro de seu corpo, como se fosse possível aperfeiçoar aquilo que já é perfeito. Por isso peço desculpas antecipadas se atingir uma ou outra opinião em contrário, mas acho de suma importância atentar para tal reflexão, visto a perda recente da vida de uma mulher linda e com uma carreira maravilhosa pela frente, só porque ela ainda não estava satisfeita com a beleza que já possuía.
Nossa sociedade chegou a um ponto de materialismo desenfreado, um consumismo doentio que passou das coisas materiais mesmo, para o próprio corpo humano. Desse modo, milhões de pessoas no mundo, em sua maioria mulheres, se aventuram a mudar aquilo que Deus lhe deu de mais lindo que são suas belezas individuais e buscam as mais "recentes tendências da cirurgia plástica" para satisfazerem um ego não próprio delas, mas amplificado pela mídia que massacra, tanto às mulheres como a nós homens, com padrões inatingíveis de beleza. Ou seja, como disse Herbert Viana, há pouco de "lipo-as" e muito de "pirações" nas cabeças das pessoas. A quem querem satisfazer? Em conversas mais reservadas já ouvi respostas das mais absurdas possíveis, como por exemplo: "Ah, mas os homens praticamente exigem que a mulher tenha seios grandes hoje em dia." Hein? Como? Ou então que "Eu precisava disso para elevar minha auto-estima." Auto-estima se eleva no consultório de psicanálise, com anos de terapia, não numa cirurgia, ademais, ainda que momentaneamente a mulher se sinta "mais poderosa", em pouco tempo, caso ela já não se sentisse segura de si antes(e se ela se submeteu ao implante já era óbvio que não se sentisse assim), ela volta ao momento anterior de baixa-estima pois as coisas que nos fazem sentir bem, não são as coisas exteriores, mas sim as que aquecem nosso coração e nos engrandecem a alma. Mas lógico não estou falando dos casos em que o implante é necessário e prescrito por médicos, estou falando dos casos estéticos. O que me incomoda é que as mulheres reclamam sempre que nós homens as vemos como objeto, mas em todos os casos em que eu conheço de mulheres que, ou fizeram lipo-aspiração ou colocaram silicone nos seios, nenhum deles foi uma exigência do parceiro, aliás, a grande maioria das que eu conheço (e isso não vale como estatística, mas apenas como exemplo) eram solteiras, ou seja, tomaram a decisão individualmente. Me incomoda também que, não raro, os padrões de beleza impostos pela mídia nem sempre são os padrões que nós homens realmente desejamos. Quem disse que queremos magrelas altas e de seios fartos? Eu e muitos amigos meus não deixariam de se apaixonar por uma mulher só porque ela tem seios pequenos, aliás abro parenteses aqui para confessar que a maioria pelas quais me apaixonei, senão todas, tinham seios pequenos. Quanto à lipo-aspiração essa sim é abominável, como pode alguém fazer uma cirurgia da qual tudo pode se perder em um fim de semana menos regrado ou com uma bela churrascada com os amigos? É só piração mesmo, ainda mais com os riscos, afinal não é um penteado novo, uma bolsa nova, é abrir seu corpo, cortar, mexer, remexer, sedar, anestesiar, reacordar ou, como no caso da jornalista de Brasília, não acordar mais. E pra quê? Há alguma dúvida de que aquela moça era linda? E, além de linda, não que isso seja um padrão mas já que era essa preocupação dela mesma, há alguma dúvida de que ela era magra? Nada justifica o erro médico e esse deve ser severamente punido, mas isso trará de volta a vida dela? Antes de nos preocuparmos com coisas externas temos que nos preocupar com o que nos levou a essa "piração" global em busca dessa beleza, pois enquanto embelezamos nossos corpos, as nossas almas se sentem só e confusas. Mas quem sou eu pra julgar? Quem sou eu pra dizer? Por isso transcrevo o belo texto de Herbet Viana, e o faço para não ser criticado sozinho, e esse é o máximo que me preocuparei com meu ego:
Pelo amor de Deus, eu não quero usar nada nem ninguém, nem falar do que não sei,
nem procurar culpados, nem acusar ou apontar pessoas,
mas ninguém está percebendo que toda essa busca insana pela estética ideal é muito menos lipo-as e muito mais piração?
Uma coisa é saúde outra é obsessão.
O mundo pirou, enlouqueceu.
Hoje, Deus é a auto-imagem. Religião é dieta.
Fé, só na estética. Ritual é malhação.
Amor é cafona, sinceridade é careta, pudor é ridículo,sentimento é bobagem.
Gordura é pecado mortal. Ruga é contravenção.
Roubar pode, envelhecer não. Estria é caso de polícia. Celulite é falta de educação.
Filho da puta bem sucedido é exemplo de sucesso.
A máxima moderna é uma só: pagando bem, que mal tem?
A sociedade consumidora, a que tem dinheiro, a que produz,
não pensa em mais nada além da imagem, imagem, imagem.
Imagem, estética, medidas, beleza. Nada mais importa.
Não importam os sentimentos, não importa a cultura, a sabedoria, o relacionamento, a amizade, a ajuda, nada mais importa.
Não importa o outro, o coletivo.
Jovens não tem mais fé, nem idealismo, nem posição política.
Adultos perdem o senso em busca da juventude fabricada.
Ok, eu também quero me sentir bem, quero caber nas roupas, quero ficar legal, quero caminhar correr, viver muito, ter uma aparência legal mas…
Uma sociedade de adolescentes anoréxicas e bulímicas, de jovens lipoaspirados, turbinados aos vinte anos não é natural. Não é, não pode ser.
Que as pessoas discutam o assunto. Que alguém acorde. Que o mundo mude. Que eu me acalme. Que o amor sobreviva.
"Cuide bem do seu amor, seja ele quem for"

26 janeiro 2010

Avatar, muito além da ficção.


Durante certo tempo em minha vida nutri o péssimo hábito de NÃO assistir a super-produções do Cinema. Bastava um filme ser sucesso de bilheteria para eu deixar de assistí-lo, sei lá, talvez eu imaginasse que se tanta gente já assistiu não ia ser o meu ingresso que faria a diferença (risos). Bom, na verdade eu preferia produções com menos alarde na mídia, tão desconfiado que sou do (mal) gosto dela. Mas esse tempo passou e assisto tanto a super-produções como produções de menos repercussão e, assim, posso avaliar eu mesmo a qualidade do filme. Com isso não pude deixar de ver o filme Avatar e já vou dizendo que se você deixar de assistí-lo será uma perda imensurável e não espere pelo DVD, pelo amor de Deus, Avatar só faz sentido se você assití-lo em 3D o que também de quebra exclui os "cinemassauros" de Sorocaba. Para saber onde achar uma sala de Cinema 3D Clique Aqui e procure a mais próxima. E por que Avatar vai além da ficção? Por uma simples conclusão após ver o filme: de ficção só mesmo a produção dos efeitos especiais pois a história é nada mais nada menos do que os Europeus, também podendo classificá-los como "os homens brancos", fizeram aos índios americanos, tanto da América do Sul como da Central ou do Norte, ou seja, queriam, em busca da riqueza de suas terras, transformá-los em inimigos para subjulgá-los e, assim, apoderar-se de suas propriedades, de resto como de fato o fizeram. Nesse contexto a "enorme" área da Reserva Raposa Serra do Sol, que somente agora 500 anos depois foi devolvida aos índios, parece mesmo um campinho de futebol perto da imensidão que os europeus (ou homens "civilizados") tomaram deles. No filme fica demostrada a patente falta de respeito que nós, que nos auto-proclamamos de homens "civilizados", temos para com as culturas que não nos interessa conhecer, e se há riquezas naturais envolvidas então? Aí a palavra civilização passa a ter outra conotação mesmo, a ponto de tratar pessoas de índole pacífica como "perigosos selvagens", como fizemos com os índios, tudo com o único intuito de tomar-lhes o que a eles sempre pertenceu, passando por cima de suas culturas, religiões e, pior, tirando-lhes inclusive a vida. Bom, mas se vocês ainda não assistiram ao filme, veja o trailer oficial e sugiro que, ao assistirem o filme, tenham em mente a percepção de como se desenrola a história, reflita sobre ela e a relção com a história real dos índios e tantas outras culturas que foram exterminadas para o "bem da civilização", reflita sobre isso para que as imagens espetaculares não lhe tirem o foco principal da produção. Bom filme.

22 janeiro 2010

Dica de Classe V

Quando ainda era criança assisti a um filme chamado "Horizonte Perdido" baseado no livro de mesmo nome do escritor James Hilton (*1900 +1954). O filme faz alusão à Shangrilá, um paraíso perdido nas montanhas geladas do Himalaia, onde sobreviventes de um acidente aéreo são integrados à pacífica e harmoniosa sociedade do local, mas um deles quer voltar para o "mundo normal" e, numa das cenas que mais me marcou, ele discute com um dos líderes da cidade paradisíaca dizendo que "o mundo passava por momentos de guerra" no que é interrompido imediatamente pelo líder da cidade que diz: "mas que outro tipo de momento houve no mundo?" Aquele diálogo, embora dito numa ficção, foi um dos mais verdadeiros e definitivos que já ouvi em minha vida pois, embora eu mesmo seja um árduo defensor do entendimento e diálogo para resolver conflitos (inclusive, e principalmente, os pessoais) reconheço que atingirmos um nível satisfatório de paz no planeta é mesmo utopia. Mas não é por isso que tal sonho não me inspire a buscar pessoas e lugares que remetam a sentimentos de paz. Aliás, esta dica de classe, além do filme e livro que eu já citei, é exatamente para indicar o reggae "One Day" do cantor judeu/estadunidense Matisyahu (isso mesmo, judeu cantando reggae) que num dos trechos diz:
"Um dia isso tudo vai mudar, tratar as pessoas iguais, parar com a violência, acabar com o sofrimento, um dia todos nós estaremos livres e vamos nos orgulhar de sermos iguais, cantando canções de liberdade"

Vale a pena conhecer a letra completa da música (clique aqui) e lembrar que, se é fato que talvez nunca alcancemos a paz entre todos no mundo, uma coisa é certa: só depende de nós vivermos em paz com as pessoas que nos cercam, nossos amigos, nossos colegas de trabalho, nossos amigos da escola, da rua, do bairro enfim, lembrar que um pouco de diálogo pode às vezes ser difícil, mas é a melhor solução para todos os problemas.

19 janeiro 2010

Reality Show é Assim

A dona Globo chama de "novela das oito" a novela que começa às nove e quer chamar de Reality Show um enlatado estrangeiro que nem de longe tem algo de reality, a não ser a realidade da futilidade de seus participantes. Pois bem, como muitos conhecidos meus ficaram "chateados" com meus comentários ásperos ao programa, resolvi dar aos que dizem "não haver nada de bom na TV" por isso assistem àquilo, umas dicas de programas que são bem mais "reality". No canal Multishow, que pertence à própria Globo (ou seja, ela se faz de boba, mas sabe que pode fazer programas de qualidade e ter audiência), há alguns exemplos, como o Batom e Parafina que mostra o cotidiano de uma surfista profissional que estuda jornalismo ao mesmo tempo que tem uma carreira de modelo e de sua dificuldade para lidar com todas essas atividades. Outro programa muito interessante, e esse mostra uma realidade mais dura, é o Conexões Urbanas, nele são discutidas dificuldades e realizações de projetos sociais que tentam quebrar as divisões entre ricos e pobres, brancos e negros, mostrando as mais diversas opiniões sobre o assunto. Outro muito legal e também mais na linha do primeiro, ou seja, mais light mas nem por isso menos reality, é o Sem Destino que mostra as aventuras de três lindas jovens que se atiram em cima de uma bike por esse Brasil afora. E é justamente dessa última dica o vídeo abaixo, onde as meninas pegam ondas na Praia do Amor na cidade de Tibau do Sul-RN.

Lógico, poucas pessoas também podem largar tudo e ir sair por aí em cima de bike a passear pelo Brasil, quer dizer, se você quiser mesmo nada te impede. Mas o que é legal nesses programas é que as personagens interagem com outras pessoas, há um mínimo de real interatividade e as pessoas se manifestam dentro de sua normalidade como no caso do vídeo onde o menino mostrou que sabia surfar. Isso sim é "Reality Show", isso sim é programa pra fazer pensar e não só pra ficarmos ali esperando que alguém faça alguma baixaria ou puxe o tapete do outro... depois não reclamemos da sociedade que estamos vivendo. Esses programas são todos do Grupo Globo e poderiam perfeitamente serem adaptados num formato mais comercial, já que o único interesse da Globo é atingir um índice alto no Ibope e, assim, vender os espaços nos intervalos por um preço absurdo. Reflita sobre isso e procure uma programação de TV mais adequada e que poupe seu cérebro da fuga diária de neurônios.

12 janeiro 2010

Bronca: Reality Show Porcaria Nenhuma


Todo ano nesta época me sinto isolado, mas não de uma maneira física, pois não vou a um retiro ou coisa parecida, me sinto isolado pois o Brasil é tomado por bebebemaníacos que parecem não falar de outra coisa. E pior, grandes amigos e amigas que tenho como pessoas inteligentes e cultas, se rendem a esse mal hábito de ficar assistindo àquele bando de desocupados (afinal quem daqui teria tempo de deixar sua vida de lado pra se enfiar naquela casa?) ficarem o tempo todo só falando numa coisa "eliminação": "Aí, em que você vai votar?", "Hei, fulano tá tramando pra tirar sicrano", "Ah eu sou da turma do bem". Isso sem falar a pornochanchada, festas regadas a bebida e cigarro, mulheres que só estão interessadas em sair na Playboy, ou seja, será que isso interessa a nós? Será que não somos capazes de raciocinar e perceber o lixo que esse programa é? E que história é essa de "reality show"? Reality porcaria nenhuma, só uma anta que nasceu acéfala, pois uma anta com cérebro saberia a diferença, pra não perceber a gritante diferença entre reality show e show de baixarias que é esse programa. Quem vive daquele jeito? Ninguém! Desse modo chamar de "Reality Show" já dá o carimbo definitivo da absurda falta de inteligência necessária para suportar semanas dessa porcaria de programa, pior é ver gente que se diz "intelectualizada" assistindo ao programa. Desculpem-me os que gostam, mas vocês ganhariam muito mais se fossem pra um lugar muito, muito distante e ficassem olhando pro nada, ao menos o pouco que resta de sua inteligência não seria afetada.

03 janeiro 2010

2010: A escolha é nossa

Que distância o separa da serenidade, paz de espírito, satisfação e energia positiva? Qual espelho mais próximo de você? É cara, vamos parar de esperar que os outros, ou algo, ou coisas, como o dinheiro por exemplo, sejam desculpas para estarmos sempre "procurando", "buscando", "lutando", não, não usemos essas coisas como desculpas pois a busca se encerra em nós mesmos, a tal "felicidade" está aqui conosco, toda solução em nossos braços. Ou buscamos dentro de nós ou não acharemos nada em outro lugar... ah sim, lugares, como o do vídeo abaixo, são auxiliares nessa busca interior, isso sim justifica uma busca, uma procura exterior: buscar o local ideal para refletir consigo mesmo onde dentro de você está escondida a serenidade para aceitar as dificuldades da vida e onde podemos guardar dentro de nós as amarguras por que passamos e qual energia usaremos para andarmos de cabeça erguida adiante.
Quem lê meu blog desde o início já percebeu minha admiração pelos surfistas e isso ocorre por uma simples razão: Num mundo tão "intelectualizado" como o nosso, equilibrar seu corpo sobre um bloco de poliuretano e deslizar por ondas parece algo primitivo, algo que não exige nenhuma "inteligência" ou "habilidade intelectual". Mas pra que diabos estamos aqui? Pra ficar filosofando, interpretando, inquirindo? Aonde nos leva tanto conhecimento acumulado por séculos de "intelectualidade humana"? Oh sim, a inteligência trouxe grandes utilidades ao homem, como raios eu estaria aqui escrevendo para pessoas do outro lado do mundo poderem ler? Mas como com tanto conhecimento, tantas culturas, tanto discernimento não nos é suficiente para chegarmos a uma solução à degradação que impomos ao planeta, colocando-nos, todos, a mercê de um colapso nos recursos naturais e arriscando milhões de vidas nos próximos anos? Será que nossa "inteligência" nos levou às escolhas certas? Construir comunidades sobre montanhas, edificar cidades no litoral, destruir matas para obtermos materiais para nosso "conforto", conforto que a mesma Natureza, a qual degradamos há séculos, consegue destruir em segundos. Que escolhas fizemos antes, que não conseguiram levar em consideração a boa convivência com o Planeta? Bom, assista o vídeo e guarde-o em sua memória, busque-o dela quando estiver preso em um congestionamento, olhe ao redor e veja "todo o conforto que nossa intelectualidade" nos proporcionou e pense onde você gostaria de estar nesse momento.

Referências do vídeo: Devon Holloway (surfista estadunidense); Música "Your Heart" de Donavon Frankenreiter; Vídeo em MP4 disponível no site: Jetty Girl.

30 dezembro 2009

Último Dia Útil?


Dizem que hoje é o último dia útil do ano. Será mesmo? Será que hoje você vai fazer coisas mais úteis que amanhã ou mais úteis que você fará no dia 1º? Proponho a alguns de vocês uma pequena mudança na nomenclatura dos dias para 2010. Não é mais possível, em pleno século 21, chamarmos de "útil" um dia que começa com um café da manhã, onde sequer se consegue olhar para a cara de seus filhos e dizer um "Bom dia decente" a alguém; segue com a correria para deixar as crianças na escola, as quais provavelmente você só verá novamente dali há cerca de 10 horas, e a chegada afobada ao serviço onde "zilhões" de coisas o esperam, muitas das quais não dizem o mínimo respeito a você ou as que você ama; a corrida para o almoço, isso quando alguns de nós conseguem almoçar, pois é almoço ou enfrentar a fila de algum lugar para resolver alguma pendência, essa sim particular, mas veja bem, é isso ou o almoço; daí a volta para o segundo tempo, que começa sonolento pois, num país tropical como o nosso, ainda não entendi porque não se implantou "la ciesta". E assim vai até a hora de sair, mas não sem antes uma "pequena" extensão do dia de trabalho pois, num dia "tão útil" como esse, você não poderia deixar de fazer determinada coisa de "suma importância para alguém" menos pra você... e finalmente você pode sentar-se aconchegadamente no interior de seu veículo para ir "tranquilamente" enfrentar umas horinhas no trânsito... Pois bem, proponho que esses dias não sejam mais chamados de "úteis", é injusto ao ser humano decente usar um termo desses para um dia tão inútil ao indivíduo como um dia assim. Como pode ser útil um dia que você passa longe de seus filhos, sua esposa, seus familiares, seus amigos? Que utilidade pode ter isso? Não sou contra o trabalho não, sou contra a forma como querem caracterizar o ser humano como sendo útil apenas quando está sendo esmagado dentro de um ônibus lotado ou preso num enorme engarrafamento, quando está numa fila sem fim para conseguir pagar uma conta ou obter algum serviço. Passemos a chamar esses dias de "Dia Comercial", mas jamais útil, útil será o dia de amanhã, 31 de dezembro, quando você reverá alguns familiares que não vê a tempos, ou amigos que são difíceis de se reunirem, exatamente pela existência enorme dos tais "dias úteis" que nos afastam de tudo que nos é bom e nos satisfazem a alma! Um bom 2010 a todos e comecem o ano fazendo coisas úteis a vocês, pois não esqueçam que os verdadeiros dias úteis estão marcados em vermelho na folhinha, aproveite-os mais com você.